segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O PIONEIRISMO DO EVANGELHO NO MARANHÃO PASSA PELA HISTÓRIA DE VIDA DO PASTOR METON.

          O Pastor Sgt PM Henrique da IEAD em Santa Inês teve a oportunidade de conviver com esta liderança singular e aprender princípios de liderança marcadas na vida de um homem que contribuiu de forma decisiva com a história do Vale do Pindaré e outras regiões do Maranhão e do Brasil.
          Faleceu em São Luís na manhã deste sábado 7 de setembro, uma das maiores lideranças evangélicas do Maranhão que atuou por quase cinco décadas em Santa Inês: Eterno Antonio Meton Soares, nasceu para Cristo em 1945 na cidade de Pedro II (PI). Cearense, com 22 anos de idade, Meton Soares sai do Ceará e passa a morar no Estado do Piauí e no ano de 1950 vem embora para o Maranhão.
          Como crente, o jovem Meton Soares ajudou bastante na pregação do Evangelho, evangelizando os maranhenses em 1953. Meton Soares trabalhou no seu primeiro campo, a então Água Branca, aonde hoje é a cidade de Vitorino Freire.
          Segundo Meton, naquela época, primeiro o candidato a pastor era autorizado com 03 anos era consagrado a evangelista e depois com uns 03 ou 04 anos era ordenado a pastor. Como seu primeiro campo foi Vitorino Freire, depois Igarapé Grande, Caxias, Andirobal dos Crentes e depois Pio XII, Santa Inês e Pedreiras.
          O pastor Meton Soares lembra que quando esteve em Santa Inês pela primeira vez foi de 1963 a 1970, retornando para a cidade de Santa Inês em 1990. Com 18 anos em Santa Inês, Meton diz: “Sairei daqui só o corpo para o cemitério São Benedito e a alma para o céu de glória”.
          Nos anos 90, Meton Soares chegou a assumir a presidência da CEADEMA (Convenção Estadual das Assembléias de Deus do Estado do Maranhão) quando o presidente, o saudoso pastor Estevam Ângelo de Sousa faleceu. Meton era o vice assumindo dois anos. Meton passou a ser o presidente de honra da Convenção. Meton Soares talvez seja o único pastor maranhense que nunca quis ser jubilado. “Jubilação para mim, só quando morrer”, dizia ele.
          Meton ficou conhecido no Maranhão como um dos pastores que mais construíram. O titular deste blog localizou o reverendo ainda em 2008, aos 86 anos no templo sede ao lado de pedreiros e carpinteiros em pleno serviço na cidade de Santa Inês. “Agora é que eu tenho pouco serviço, um no Jardim Brasília e outro no Sabak, no CAIC e estamos fazendo a reforma do templo central, concluiu o pastor Meton Soares”.
          O trabalho em Santa Inês estava a todo vapor à disposição do veterano Meton Soares existiam 07 pastores: Josué Soares seu filho, Arimatéia Roberval Nascimento, João Veloso, Edmilson e José Bili o responsável pelo campo, segundo Meton estava fazendo um grande trabalho. A igreja em Santa Inês dispunha ainda de um evangelista, o sargento Paulo Henrique, hoje Pastor. 
          Na época pedimos que Meton Soares nos contasse uma das histórias que ocorreram nos tempos difíceis de se pregar o evangelho. Ele conta a história do Miguel. “Na época que estive em Caxias, Coelho Neto e Buriti Bravo, eram campos de Caxias, tinha um carro de Caxias para Buriti Bravo de 08 em 08 dias. Eu fui um dia para Buriti Bravo e chegando lá encontrei o irmão Raimundo Colaço que morava num povoado de Buriti Bravo. Dirigi culto na casa dele e no outro dia fui com ele à cidade, encostamos em um salão de um sapateiro, testificamos de Jesus para o sapateiro de nome Miguel, ele aceitou Jesus Cristo como Salvador. Voltamos de irmão para a casa do irmão Raimundo Colaço na zona rural. No outro dia cedo, eu vim da casa do irmão Raimundo Colaço para a cidade (Buriti Bravo) para telegrafar para o pastor Estevam Ângelo em São Luís. 
          Naquele tempo não tinha telefone. Chegando no salão do irmão Miguel, saudei com a paz do Senhor e irmão Miguel disse: “A paz do Senhor” e eu disse para ele que eu iria ao correio para telegrafar para o pastor Estevam em São Luís e ele disse: “eu vou com o senhor”. Se levantou e fomos. E saímos andando, passando uma praça tinha um touro de raça na frente comendo uns bagos de laranja. Eu desviei do touro para o outro lado e ele (Miguel) vinha conversando com um senhor, só olhando para trás. O touro estava com a cabeça baixa e ele encostou a barriga na cabeça do touro. O touro não fez nada com ele. Levantou a cabeça, mas levantou ele na ponta do chifre.
          O touro era alto, soltou ele e aí o Miguel caiu em cima de umas pedras e ficou morto. Eu rapidamente entrei numa farmácia, muito agoniado, gritei o farmacêutico e ele não apareceu, mas eu vi a garrafa de mercúrio e algodão. Levei para passar na cabeça do Miguel. O farmacêutico aparecendo, colocamos Miguel em uma cadeira “preguiçosa” e levamos para a sala. Cidade pequena, o povo correu logo em cima. Muita gente.
          Levamos ele na preguiçosa para a casa dele. O Miguel tinha muitos filhos. Todos chorando. Aparece um senhor e disse: “Faz tanto tempo que o Miguel mora aqui em Buriti Bravo e nunca tinha acontecido nada com ele, foi só ele passar a ser protestante, o touro matou”. E eu fiquei muito nervoso, sozinho naquela cidade. O responsável pela morte de Miguel tinha que ser eu.
Chegamos na casa dele, armamos uma rede, deitamos ele “mortinho”. O povo correu para cima, chegou um dirigente da igreja cristã me dizendo que tinha o endereço de um amigo aviador em Teresina. 
          O irmão Raimundo Colaço foi chegando e se ajoelhou perto da rede de Miguel em oração. Quando eu observei, Jesus já tinha batizado o Miguel com o Espírito Santo e o Miguel começou a falar em línguas estranhas dentro da rede. O rapaz da igreja cristã, aperreado para eu chamar o aviador e eu disse: “Não meu irmão; Jesus já mandou o aviador (Espírito Santo)”. Disse ainda: “Miguel já foi batizado com o Espírito Santo. Ele vai já levantar sadio e glorificar o nome de nosso Senhor Deus”. Voltei para a sala, o Miguel já estava sentado falando em línguas estranhas e em português e foi chegando o delegando. Aí eu disse comigo mesmo: “Chegou para me prender” e comecei a pregar a Palavra de Deus. Muita gente ali.
          O Miguel levantou, falando em línguas estranhas, o sangue desapareceu da testa dele e tudo ficou limpo e eu glorificando a Deus e pregando. Fiz o apelo, dezesseis pessoas de uma só vez aceitaram a Jesus como Salvador. A família dele toda até o delegado, aí fui a ele ensinar a cantar, orar, eu li a Bíblia para eles.
          À noite, preguei a Palavra de Deus em frente ao salão do Miguel e mais gente aceitaram Jesus como Salvador. Criei uma congregação, batizei a todos que se manifestaram, não perguntei se eram feiticeiros ou idólatras. Não perguntei nada. Ficou ali a congregação que hoje é uma grande igreja para a honra e glória de Jesus”.

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